sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Tudo passa, esvoa tão rápido como o tempo.
E sofremos de saudade: de saudade do que foi,
a menos cruel porque já
passou, de saudade do
futuro - que desconhecemos -,
de saudade do presente,
que sentimos bem o que é,
e por isso se torna a mais contorcida
de angústia... A vida é uma estrela
encantada e multicolor da lanterna-mágica
da minha infância....
Não se pode tactear: é brilho só, imagem
fugitiva apenas. Pois o que foi não se pode
reproduzir: nem com os mesmos beijos, o mesmo sol...
E um segredo não se repete.
Ter tido e ter... Apoteose!
Embalsamei o instante. Eis tudo.
Não ressuscito. Petrifico.

Fixador de Instantes

Mário de Sá Carneiro

Nenhum comentário:

Arquivo do blog