quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

na tessitura dos nervos
no triângulo da garganta,
poderás ser a sonora evidência
do corpo sobrevoado pelas aves brancas.
desce.
sobe agora.
algum anjo terá chegado.
O frágil pulso nas claras toalhas do tempo.
o silêncio da inquietação.
o intacto reconhecendo-se.
talvez seja uma possibilidade.
nenhum de nós sabe mas o saber reduz-se
à liberdade de uma voz desconhecida.
quando no pulso incide a sede
o corpo quer respirar

onde se eterniza
para um seio ausente.
e se não alcança o que a distância encobre
deslizará na água bebendo a transparência
e o tempo será dele porque ele será o tempo.


horizonte a ocidente (adapt.)
antónio ramos rosa

foto: martikson 'face_acja'

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