sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

chove muito.
posso trepar por cima de ti?

nas inclinações breves
de um beijo no ombro.
perguntavas-me agora como.
mas já senti tudo o que tinha a sentir...
senta-te agora, neste sofá vermelho,
ou naquela cadeirinha tua, minha, nossa.
fim. deitados. como no colo.
temos uma lista interminável.
e também sem início.
e nestas quatro noites, escrevi na parede,
dá para acreditar? e na pele, na tua.
mastiguei-te. muitas vezes.
o projeccionista. longe.
sabes, temos de fazer o milagre.
no espaço de um.
vou tirar o meu relógio e contar
um, dois segundos para te adormecer.
(naquele instante, da tua forma,
do teu tamanho. conheço-o, agora)
e entras no sonho de rebuçados e
chupas vermelhos e brancos em rodinhas,
daqueles que deixam e a língua pintada
com sabor a bom.
nesse teu sonho, também há beijos,
pausas, tremuras. o que quiseres e
o que não quiseres.
e há bichos. daquela estirpe estranhíssima
e estranhona que ama muito,
muitos ao mesmo tempo.
nos sítios improváveis,

daqueles que mexem comigo.
nesta ficção do corpo a ir e a
vir com as ondas.
nunca vi nada tão perfeito.

essa macieza, a que recordei.
e tenho saudades. das esquinas de livros.

de vozes gravadas.
onde me contaste em passinhos.
e foi aí, quando encontraste a minha alma,
nesse cantinho da boca entreaberta,
que paraste a tarde.
perguntei-te onde estaremos
daqui a um mês.
com o meu peito nas tuas costas.
onde não haveria motivo explicável
para o que seria notado.
numa alquimia de santos. gigantes.
vem, leva-me a casa.

2 comentários:

Anônimo disse...

ou encostar a cabeça num cinema. e permanecer.

Anônimo disse...

ficar ali até aos créditos finais.
sem crédito, eu, nós.

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