quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

é como digo e sei:
sempre bonita.
como quereríamos,
talvez não houvesse
mundo suficiente.
talvez.
é sempre assim
nas coisas que importa.
neste mundo.
tempos verbais suspensos
entre qualquer coisa de presente e impossível. há tempos assim, sem respirar. de sonho. de talvez. temperamental. de nada de amanhã. de ser só. sem trampolim na magia da noite. sózinha de mim. entendo-te. porque me habituei a acordar (-te) a meio da noite à procura. quantas vezes, hoje? hoje, muitas. ontem, o nada. e até para o nada há palavras. lembro-me de todos os pormenores de uma boneca que tive. de quando tinha a idade de não me lembrar de a ter recebido. lembro-me apenas de gostar dela. tanto que sei todos os pormenores. principalmente das pernas às riscas. adorava aquele vermelho. ‘esta coisa de ouvir e descobrir música a partir do que ouves. genuíno’. num ‘mecanismo semelhante’, leio-o e ouço-te. e acho que tem razão. ‘acabamos por estar de algum modo relacionados com um conjunto tremendo de absolutos (ou quase) desconhecidos, a quem sorrimos apenas por frequentarmos o mesmo autocarro.’ e esses sorrisos fazem-nos abdicar rapidamente de ter vida, diz ele. ou senti-la, digo eu. lembrei-me das tuas palavras. de grito. do tanto que precisas de fugir. mesmo que digas que gostas de ver. e, curioso, veio-me a imagem daquela janela no verão. antes de todos entrarem. tive uma sensação de conforto nesse lugar-comum.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog