terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

nesta manhã trouxe a tua imagem
com os ruídos da rua.
o rosto fixado, por uns instantes,
no primeiro café, a devolver a mesma
inquietação que saboreio, enquanto espero que o líquido arrefeça.
por baixo da mesa, sinto o teu pé
tocar-me a perna.
puxo-te para fora da moldura.
vamos embora.
para onde fogem os amantes?
em que eternidade repousam?
espaço em branco. entre duas mãos.
podia ser aí.
mundo impenetrável.
e não sei como acabá-lo.
e um espelho não se pode

olhar muito tempo.
porque o céu da manhã é dos que
mudam com as variações da alma.
e são as mais estranhas memórias
as que descem pela parede.
espera que a maré suba,
para tomares uma decisão.
talvez te apeteça voltar para dentro.

pedro, lembrando inês (adapt.)
nuno júdice

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