para não sentir o tempo.
e se alguma vez acordais já
diminuída ou desaparecida a
embriaguez, perguntai a tudo o
que foge, a tudo o que geme, a
tudo o que fala, que horas são.
e o vento, a estrela, o relógio
responderão:
são horas de vos embriagardes
sem cessar! não com excitantes
vulgares, como o absinto, o café,
a eritroxílea ou mesmo a coca.
nada que tenha a ver com médicos.
nada de pura fisiologia.
quero provar que os buscadores de
paraísos fazem o seu inferno,
preparam-no, cavam-no com um
resultado cuja previsão talvez os
horrorizasse.
embriaguem-se de vinho,
de poesia, de virtude,
à vossa escolha.
os paraísos artificiais (adapt.)_baudelaire
foto:lina scheynius
Nenhum comentário:
Postar um comentário