sabia que escolhia sempre chá verde. como hoje, mal se sentara numa mesa mais à direita – aquela onde durante todo o dia não se cansava de a imaginar – e pedira um bule fumegante e uma torrada. sabia que traria uma saia justa e sapatos pretos. que cruzava as pernas, que pousava um livro em cima do colo. vê-la ali. naqueles momentos em que dela tudo sabia, tirava-lhe o coração do lugar. e era assim, entre fortes batimentos e chávenas de chá, que um e outro prolongavam os minutos finais dos dias, fugindo de silenciosas casas. porque era solitária que a imaginava. que a escrevia.
17ª edição_angela dhal
foto: rita rocha
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