quarta-feira, 29 de abril de 2009

tenho este fraco pela
doçura emprestada
às coisas mais erradas.
confusão silenciosa de quem
sabe o que quer apenas para
os quinze minutos seguintes.
num espaço claustrofóbico de desejo,
na procura de uma ligação em definitivo, num acidente absoluto.
foi tão bom, não foi?
é muito estranho reconhecer que
isto é tudo muito bonito.
olhamos para trás de um modo diferente,
e é tudo.
o corpo às vezes é difícil entendê-lo.
não é contínuo.
e as coisas limitam-se a
acontecer efectivamente.
nos pequenos abandonos quotidianos.
que não nos confrontam com a
possibilidade do fim do amor,
mas do fim de uma relação.
há um ponto a partir do qual quero
adiar o dia em que vou descobrir que
aquela frágil canção de desamor,
fala de patinhos de borracha.
e do último beijo aos primeiros dias de
inocência, não há nada de mais vulnerável.

pedro jordão
foto appleapplegreen

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