sábado, 13 de junho de 2009

chão escorregadio…
nos limites das ruas e dos becos,
diluo-me. na sofreguidão do teu
corpo perverso de mulher.
desenho desejos com a forma dos
nossos corpos imperfeitos. e
encontro estrelas no teu cabelo.
de braços estendidos. rendidos.
na confusão de quem não se sabe
exprimir. como se soubesse que
cada momento é único, nosso e
demasiado rápido. muito rápido.
crias encantos de cada vez
que tento chegar um pouquinho
mais perto de ti.
de cada vez que nos despimos e
adormecemos molhados.
pequenos nadas. e tudo.
e voamos assim, como os anjos,
na pele que se cola.
em espasmos. à procura do
limite de nós. no peso de uma
normalidade perturbadora.
com a lâmina apontada ao coração,
a escorrermos de um para o outro,
peço-te que não me bebas
todo de uma vez.
assim, quando deres à luz de manhã,
saberás que estive em ti.

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