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nas luzes afogadas da manhã, recolhemos
utopias atrás das janelas. espaço da noite.
apertamos o silêncio nas mãos
em gestos mínimos.
sabes que este lugar é para ti.
e tacteio ausências sob o teu azul.
procuro-te febrilmente,
desejosa que o desencontro aconteça.
talvez deixe na água palavras leves,
guardadas na maresia do dia seguinte.
e em memórias doces de nós, trabalho
lembranças com o cuidado que se tem
com as coisas frágeis.
como uma gaivota adormecida na pele.
marca da chuva.
o inferno poderia ter sido um lugar assim.
um lugar onde encostamos as palavras às coisas do sangue.
ou uma estrela onde pendurar os olhos.
tua.
a carvão (adapt.)
fernando de castro branco
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