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neste longe penso. penso muito. nos pequenos nadas a que me habituei.
e gosto. não sei se de ti, se das palavras que me dás. ou me deixas ver. [talvez. talvez seja mais isto. como um intruso no teu corpo. ou na imagem que criei tua.]
sabes que gosto de saber para onde vou. mas sinto um cansaço de lucidez. [não sei. não sei mais nada. acredita.] talvez me apeteça mesmo esta fantasia.
não tens medo?
[porque tinhas que me aparecer?]
por momentos longos, vejo-te. só poderia ser num lugar assim. de um silêncio diferente.
e a tua imagem rebenta-me. queria que te visses agora..
pedes-me um abraço para te secar o corpo, gelado, de tanto que quiseste esperar que a última bola de sabão desaparecesse na banheira.
ontem, ontem também te vi. a subires para o baloiço improvisado nesse teu plátano da rua enquanto eu bebia um café na tua varanda. insistias que tocavas a lua naquele minuto de ausência de gravidade. tão bonita.. depois abraçavas-me inesperadamente. e dizias-me um mundo nesse teu olhar fixo que chega a incomodar. [por vezes preferia que dissesses alguma coisa. para quebrar esta respiração suspensa.]
acho que já te vejo amanhã. sabes como? curioso que, nestas impossibilidades, as saudades também têm uma imagem. e parecem anjos que te desenham o rosto com os restos de rímel que recusas a limpar à noite. [porque sei que também os vês, nesse sítio bonito de onde vens.]
adormeces no sofá. pego em ti ao colo e sigo a roupa que deixaste no chão até à porta do quarto.
eu sei que os se’s são peças miseráveis mas, se adormecer por cima de ti, prometes que não me deixas cair?
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