domingo, 18 de janeiro de 2009

por entre a complexidade
[..] de um caleidoscópio
entrego um corpo vazio ao mundo.
e busco seres habitando
o significado profundo
[..] da noite interior.
gotas de água salgada
escorrem pelas mãos
numa alvura extrema
e na dimensão profundamente
abismal do silêncio.
o exacto sentido da
queda das palavras.
quando o tempo orbitava
em torno do útero
e as mãos fundavam um
inocente contínuo com o presente
descobri um espaço ausente
por dentro de um punho
onde cuidei ser possível
encerrar o futuro :
a ininterrupção primacial da luz.
caminhas nas noites interiores
como um ser habitado
pela loucura.
como se trouxesses um
cigarro preso nos lábios
decantando essências no fogo
de cada inspiração.
deitas as cinzas sobre o chão
..reminiscências de efemeridade.
trituras ossos, fábulas
e fantasmas
dando-me a comer
o sentido primacial do voo.
hoje, o sentido do eterno invade-nos


do fundo do silêncio (adapt.)
rui amaral mendes
foto: nelson d'aires

Nenhum comentário:

Arquivo do blog