naquela rua, tudo parece feito à mão.
rua de números, não de nomes.
onde pedir 'uns' parafusos parece tão
idiota a quem responde pela sabedoria
do ter sido sempre dali. ali.
‘tamanhos, composições, funções...'
comprar parafusos torna-se
efectivamente uma tarefa tão central
na aparente ilusão do acordar
apressado, para um tempo entre
qualquer coisa sem nome porque,
sem importância, pensamos.
no emaranhado de caixas de cartão,
latas gastas, papéis manuscritos
e cheiro, o cheiro a escuro e a ferrugem.
‘ao peso, vendem-se ao peso’...
inacreditável como a história
aparece colada aos passeios.
ou recuamos estranhamente no tempo,
não sei.
e onde há mãos a fazer contas à mão.
certas, porque se fala verdade.
menina numa rua crua, de paredes velhas.
não de tempo. de alma.
e há uma verdade no ‘obrigado, menina’.
e um encanto nesta simplicidade,
de prateleiras caóticas e jogos de
perde-encontra nas coisas de essência.
por mãos que sabem tudo, tudo de cor.
é um tempo diferente, o daquela rua.
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