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posso ir ver a que sabe esse céu? vou num cantinho pequenino, prometo...
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ambígua esta cumplicidade onde
trocamos silêncios latejados.
como se tudo tivesse sido dito
e nada permanecesse intacto.
história de gestos, seduções imperceptíveis.
a luz entardece prematura neste tempo
dobrado para dentro das horas.
noite sucessiva.
na margem do segredo, perdemos as fronteiras
onde o corpo se instala.
mesmo na película vibrátil da distância,
tocamo-nos com mãos de vento.
sem saber qual de nós está mais nu.
dançamos nas sombras da parede. recortamos o
perfil dos rostos. recolhemo-nos íntimos e puros.
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[conforto do retorno, sim. passa rápido..]
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a carvão (adapt.)
fernando de castro branco
foto: paul schiek
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apeteceu-me beijar-te. da maneira mais banal.
muito lindo o teu sorriso em forma de felicidade.
estou a criar sonhos, agora.
sim? sussurra-me ao ouvido..
não posso. é segredo. e digo-te isto ao ouvido.
diz-me na boca..
por quantas pontas entras em mim?
por braços de mar.
e quantos deixas em mim?
estrelas. muitas.
por onde viajam esses sonhos?
por linhas, estreitinhas. neste colo.
e fazem o milagre de juntar almas?
estou em ti.

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com medo.
hoje, pelo menos.
nem te sei explicar bem este etéreo.
voo bonito. com saudades.
do retorno. dos tempos suspensos.
de primeira vez.
onde nasço. sempre.
não me apetece pontinhos. porque
forte e cru. aguentas?
aguentas a força do sangue a ferver?
com a luz assim. exactamente assim.
abre os olhos. vê como as estrelas caem
mais pertinho. há mais luz neste céu.
imagem que se crava fundo na pele.
vi-te semi-nua ontem. no meu chão de folhas.
deixa-me levar-te lá. com as mãos.
sentes?
pára agora.
neste silêncio para tudo o que não importa.
olha-me no olhos.
abraça-me como se fosse um menino.
num mundo que acredita nas pessoas.
apetece-me tanto chorar..
não..não.
vem, devolvo-te ao teu mar agora.
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porque sim. porque tu.

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não tínhamos sono.
a noite era um véu transparente
sobre os olhos.
ninguém suspeitou que no escuro
da casa
nós comíamos estrelas..



a carvão (adapt.)
fernando de castro branco
foto: afihara

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apetece-te?
sim, apetece.

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'o não óbvio, confronto com as impossibilidades. lógica dos instintos. obsessão repetida de palavras. sentido das coisas simples. limite. verdade. vontade desmedida. desmesuradamente contigo. simples. sempre muito simples. o sítio das coisas, não o certo, mas o necessário. despires-te de ti. perderes-te num mundo de ilusões. fazer magia. paixões secretas, impossíveis. sem espaço nem tempo. fatais. perdidos no turbilhão dos desejos. nova vida. outro corpo. repouso total. odor de menina que coleccionou beijos. lábios. dentes. mamilos ao vento. saltos altos cheios de sorrisos e e suspiros. mãos embriagadas. batimento das ondas. desejo excessivo das manhãs. vestido de noite. pulso de mulher. música que estremece contra as paredes. veludo colado ao espelho. baton que gira à volta das nossas loucuras. verdades despidas de inocência. imagens no altar. momentos parados no tempo. suspensos. passeios vagos em cada canto. nesse céu. nesse mar, nesse cheiro. tocar. como um pecado.'

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um dia mostro-te as imensas paisagens sobre a pele..

foto: laura taylor

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muitos pontinhos, sim..

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não me deixes sobreviver a ti..











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ela diz "you don't have to be afraid" e eu acredito..

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lua submersa sob a minha língua..












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lindo..

os animais do sol e da sombra
antónio ramos rosa
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tudo ou nada. intensamente. febrilmente.
uma violência. tu.
sem desprendimentos, dança no quarto.
com os imensos restos presos no corpo.
[por vezes fecha-o. zanga-se com ele.]
e é quando te sinto mais. ou imagino.
nas imagens, cores. nesgas de ti.
pergunto-me como pode um coração
caber numa caixinha.
e tentas. vendes sonhos.
enquanto rodopias naquela cadeira.
altar improvisado.
[diz-me que tenho uma voz forte.
de quem sabe para onde vai.
e eu digo-lhe que tenho dias.
de silêncio. das coisas devagar.
com uma frieza desarmante
dá-se. absorve-me. guarda-me.
em todas as marcas. à flor da pele.]
já respiraste hoje?
compulsiva. doentia. menina frágil.
[e dá-me o céu para ouvir violinos.]
no mapa do teu sorriso desenho estrelas.
sabes que adoro estrelas.
um dia levo-te. por esta minha cidade.
só porque sim. só porque bonito.
não perguntes. não faças perguntas.
[por vezes também se despe. em
coreografias desenhadas de infinito.
matemáticas impossíveis.
e depois repousa. recompõe-se.
nas intermitências. ]
continuo sem perceber como se anilha uma borboleta.
shh, fecha a porta do quarto..
neste sonho todos falam, mesmo as gaivotas..
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life is not a supermarket bag. sometimes, what you want to put there just don't feet.

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in a room at the heartbreak hotel..

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..escreve-me. desenha-me. fotografa-me. brinca (-me). fala-me muito a sério.

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um dos sons da minha vida..risco os passos no soalho. coreografia linda. restos de lápis. paredes líquidas.

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if you know the taste of licking the pavement, you know too well it’s not a matter of loosing hope. como se a loucura não fosse louca simplesmente por escapar à lucidez. ou como se no final dos estilhaços não se acreditasse que se fará de novo. “porque, o corpo é o único prédio em ruínas a que não se admitem escoras. e tenho-me construído a partir de acasos tão insignificantes como improváveis.’



['o céu tão perto. desliga o interruptor, sff']

foto: adriano batista

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eppur si muove..

[andrea] o que é isso?
[galileu] é um astrolábio (...)
[andrea] (move as esferas) é bonito..
(..)
[galileu] e o tubo tinha duas lentes? (faz um esboço no papel.) era assim?
[sagredo] um canudo de couro verde e duas lentes – uma assim (representa uma lente côncava) e uma assim (representa uma lente convexa). ouvi dizer que uma aumenta e a outra diminui. (...)
[galileu] não pares de olhar. o que estás a ver é que não há diferença entre o céu e a terra. hoje, dez de janeiro de 1610, a humanidade regista no seu diário: aboliu-se o céu.” (...)



[a causa principal da pobreza é a riqueza presumida. não é tanto o abrir a porta do saber infinito. mais talvez o colocar um limite à infinitude do erro.]

vida de galileu_b.brecht

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se escrever fosse um gesto que viesse
do fundo do silêncio,
como se a página estivesse sempre em branco,
como se cada frase começasse por um pássaro
e acabasse noutro pássaro,
talvez pudesse ouvir a música da tua mão.
uma porta, pela qual não sei se devo entrar ou sair
porque o encontro é o encontro da ausência
e nas palavras cintilam os anéis da sede
e os lábios da sombra amante.





os animais do sol e da sombra (adapt.)
antónio ramos rosa
foto: eleneusdin

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"paz e descanso"

zhu ming

tão lindo..

janaina tschape

há dias em que o corpo dói mais..

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"..e que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova."
hoje, “na mais bonita estrada de água, sinuosa, de bermas arriscadas”, estas palavras atingiram-me como balas..

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nas luzes afogadas da manhã, recolhemos
utopias atrás das janelas. espaço da noite.
apertamos o silêncio nas mãos
em gestos mínimos.
sabes que este lugar é para ti.
e tacteio ausências sob o teu azul.
procuro-te febrilmente,
desejosa que o desencontro aconteça.
talvez deixe na água palavras leves,
guardadas na maresia do dia seguinte.
e em memórias doces de nós, trabalho
lembranças com o cuidado que se tem
com as coisas frágeis.
como uma gaivota adormecida na pele.
marca da chuva.
o inferno poderia ter sido um lugar assim.
um lugar onde encostamos as palavras às coisas do sangue.
ou uma estrela onde pendurar os olhos.
tua.

a carvão (adapt.)
fernando de castro branco

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não é neve intacta. brancura geométrica exposta à luz de agosto. o sal..trajecto inverso..não desce do céu. sobe da água.

[a carvão (adapt.)_fernando de castro branco]

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wanted to know where you were from. what was your name.
shh…take me to the sea.
do you see that little spot of light? so beautiful.
there’s no way down.
but you knew. you always knew we were never built to last.









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e do teu olhar. e da tua voz. e das tuas mãos. e do teu sorriso. e do teu cabelo. silêncio..
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when you're in pieces just follow the echo of my voice. pleasure for pleasure. love for a fall. 'cause it breaks my heart that we live this way. i know people need love. those people never play the game. i will replace the noise with silence instead. and i won't breathe so you can recover. don't fight. you can feel your way.

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saudades das tuas palavras..
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numa casa vazia. sentada no chão.
um lugar. ao nível dos pés nus.
cheio de memórias que não procuramos saber.
nas paredes escritas, uma tentativa de voo.
uma dançarina em cima de um cubo. uma boneca de música. (in)separável do corpo.
outra sala. a despir-se. à procura de ser mulher. no "rasgar do corpo".
a dançar debaixo de água. tela.
como num cabaret. uma máscara. prostituta dela mesma. daquelas paredes.
despe-se. rasga-se. abre janelas. fecha janelas.
vestido preto. levanta. baixa. abraça-se.
virada para a parede. colada à parede.
dança. ou faz amor.
moi, je me fais du cinéma.
corda amarrada à varanda. baloiço. por cima de mim.
interiores. efémeros. irrepetíveis. inseparáveis.

e foi lindo…
interiores
olga roriz
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não sou indiferente à forma como me suportas. poderíamos ser mais felizes não fora a excrescência do coração. apesar de tudo,

admiro a forma como te moves. como me guardas este sonho insensato.

e me deixas abandonado em infernos vários. porque, deste lugar não pretendo os pirilampos.

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a carvão (adapt.)

fernando de castro branco

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sem pretensões. e também peço desculpa.

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e depois isto..
"shh, shh, senta-te, senta-te. senão as fadas e os fados não vêm."
e eu sentei-me. sorri de uma forma entalada.
e não é que apareceram mesmo?
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pensei que era um silêncio até se fazer silêncio .
‘há quem saiba pendurar a existência na cadeira, como um casaco.
e há quem seja ferido em cada passo.’
às vezes viro-me e cheiro o teu cheiro. e não consigo continuar
foda-se sem exprimir esta merda física horrível merda dolorosa
saudade que tenho de ti.
às 4:48 quando o desespero me visitar enforco-me
ao som da respiração do meu amante.

4:48 psychosis
sarah kane








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'a melhor prelecção' de todos os sempres...
obrigada
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"tão bom e tão trágico, teres assim os sentidos todos à flor da pele..."
nunca ninguém me conseguiu reunir um mundo em tanta simplicidade...
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hoje soube bem. daquela gruta saiu mesmo música, sim

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foto: marie hochhaus
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Dicionário do Diabo

(adenda)

haxan terá ordenado que andros e gynos se unissem.
este acto de procriação satânica, terá dado origem a
uma criatura de duas almas aprisionadas num só corpo.
anodynos veste a pele de cordeiro, meigo e atrai o anjo,
encantado por melodias de um lugar bonito, sem dúvida.
karnnos devora-o, na procura de um ventre sem fim.
mulher..

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o homem e a mulher. únicos personagens na claustrofobia incessante da dominação num reduzido espaço. o pequeno apartamento transforma-se em utopia, o único mundo existente. o receio de ter filhos. a constante abnegação da mais profunda vontade. "se foi a nossa mãe a que nos tirou do paraíso do útero e nos fez viver, sofrer sem precedentes, então ela é a culpada."





the embryo hunts in secret (1966)
koji wakamatsu

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embrión (remake)
gonzalo lópez

quando os olhos curvados para o chão ‘caminham’ permanentemente num reflexo pelo azul imenso das pocinhas, é aí, é aí mesmo a diferença bonita de alguém.
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a querida hope...ansiosa, ansiosa..

fantástico

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vem
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lindíssima. muito

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ela ri. e vai abrindo lenhos no gesto.
como uma veia que entrasse pelo mundo.
ou um nervo, arrebatado à exactidão.
ela incorre na morte. apropria-se.
procede do horror. infrene.
ainda que o crime parta de uma
exterioridade pura.
trazes a noite encostada às têmporas.
por vezes, estás perante o discernimento como se entendesses.
ou como se a única contrição fosse a reincidência.
mas sabes que perante o propósito, a iminência é algo indefectível.
rejubilas sob mim como um animal na impunidade. tudo em ti convoca à predação.
mais que a impossibilidade do crime, a impossibilidade de abrandar perante ele.
abro as virilhas à soberba das facas. a lâmina corre no interior dos espasmos. e desenho a forma como o grito se abre. não há resistência ou retracção.
estou diante do abismo e projecto-me inteiro na heresia.
ela roda sob a língua como se o adestrasse. e uma menstruação metálica corre da boca. cospe. erguido das jugulares como a pura dicção do medo.
loucura à solta pela fábula. amor profundo pela impiedade.

disrupção (adapt.)
jorge melícias
foto: antichrist
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atrás dos vidros ondulas. mulher.
projectas-te ao longo da sombra com os pulsos vedados. as tuas mãos trazem à essência a superfície. não há profundidade depois disso.
os dedos vêm de baixo e batem na voz. ascendem à garganta como uma dança fechada, sob o arco da língua. atravessado do crime.
voltam-se e voltam-se dentro do sangue.
a voracidade é tremenda nas suas cabeças flectidas.
sobre a pele, a loucura está marcada na memória. como um pulso atravessado.
caminhas agora no pensamento como luz vertebrada.
enquanto respiras com a luz nos pulmões.

a luz nos pulmões (adapt.)
jorge melícias

foto: caroline moore

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lindíssimo..

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fico em ti. de olhos tão abertos.
num filme de ti, queria o teu corpo. carne.
no prazer ou no grito. satânica mulher.
tu, que quiseste deitar-te nua num altar.
grita ao meu ouvido. estou agora em ti.
mordo-te, gemo, beijo-te.
os teu olhos. enormes. espera.
deixa-me dizer-te o que me fazes. não fujas.
nu. faço amor contigo. pele na minha pele.
dormimos. acordamos.
bonita. estás tão bonita como o mar.


tu
foto: nino rojo
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foto: olga roriz
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viste a lua hoje?
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lindo..

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fotos: jenny kristina
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p


poema, n. - amor – desejo – calor – beijo. é este tipo de coisas assim, este lixo miserável que nos faz gritar “basta! já chega!”, e usar frequentemente um grande e sonoro ____-__.



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fantástico..



ambrose guinnett bierce
dicionário do diabo



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'na dualidade entre o prazer e a angústia de alguém que
não está muito interessado no que se está a passar aqui.
no contraste entre as esquizofrenias e a calma que diz que
há alguma coisa de muito mais importante..'







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sim..bonito..

'this is the last time. i am never going to do this again'

'and afterwards, you think `i should not stop now. i go to all the extremes, deep down ...her voice fades away. it's so terrible, horrible, you go down, down, down, but you can't give up...'